Em todos os finais ano somos todos
despertados por um tal espírito, o famoso espírito natalino, mas qual será o
impacto que esse espírito tem em nossas atitudes durante essa época e será que
é possível afirmar que em meio a tanto consumismo, e disposição para as
“partilhas” somos sim tocados pela real sensação que a data teoricamente
deveria despertar? E essa sensação se confirma em nossas atitudes? A reflexão
será despertada aqui. E durante toda a partilha ou a forma de comemoração que
for ocorrer na sua noite de natal espero que seja possível tomar o texto como
guia para esse exercício.
No dicionário é
sinônimo de abundância de bens materiais, de valor, fartura e luxo. Confesso
que infelizmente sou extremamente consumista (mas não compro nada com a
intenção de “ostentar”, então talvez eu não seja a pior das consumistas), mas
apesar disso, a simplicidade me atrai. Uma grande riqueza, grandes bens
materiais, geralmente nos tornam escravos. Acredito que a verdadeira riqueza
esteja longe disso, longe de qualquer bem material, qualquer forma de consumo. “O
cofre do banco contém apenas dinheiro; frusta-se quem pensar que lá encontrará
riqueza.” Carlos
Drummond de Andrade.
Cedo, ou tarde, as
pessoas acabam percebendo que simplesmente ter não significa ser feliz. “A riqueza
de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes.” Adam Smith.
Riqueza mesmo, é ter
tempo para dedicar-se às pessoas que realmente amamos, às coisas que realmente
gostamos de fazer. Riqueza mesmo, é saber usar todas as
experiências de nossas vidas a fim de nos tornarmos pessoas melhores, pessoas
que espalham a felicidade e a esperança por onde quer que vá.
Riqueza mesmo, é ter uma família que te apoia, riquíssima em sentimentos, paz e
harmonia.
Riqueza é saber ser crítico, lutar pelo bem de uma sociedade e fazer
diariamente a diferença.
Ser rico é ter Deus no coração, e sentir as suas bençãos.
Riqueza mesmo é amar e ser amado. Ser rico é transbordar o bem. É ser cercado
pelos mais verdadeiros amigos, já dizia Voltaire “Todas as riquezas
do mundo não valem um bom amigo.”
O velho vilarejo já não era o mesmo, tudo passou a ter um preço, inclusive as pessoas. Já não era possível estabelecer o que era necessário para a vida, a cada instante o forasteiro contribuía como dizia ele, para o avanço humano criando novas tecnologias e mercadorias que passavam a ser aparentemente vital para existência de muitos.
No meio desse ano nosso país foi surpreendido por um fenômeno que uma vez ou outra acontece: brasileiros irem às ruas, brasileiros de sua maioria jovens. Em 1992 jovens influenciados por uma série de televisão saíram às ruas com a cara pintada de verde e amarelo para derrubar um presidente, Fernando Collor de Mello, que era acusado de corrupção. As manifestações de junho também tiveram nas ruas os jovens, que na sua maioria não levava bandeira de partido e sim o verde e amarelo, que aparentemente mostrava-se um patriotismo. Mas dessa vez, as manifestações diferente de 1992 não foram influenciadas por nenhuma série. De onde então surgiu a “convocação” para as ruas?
Analisando superficialmente a internet, e mais especificamente as redes sociais, podemos notar que elas tem se mostrado um meio eficiente de articulação política e de modelo de mídia democrática. A internet está ai e nos é confortável, nos abre caminhos para falar de política e sobre fatos que nos rodeiam.
As manifestações que ocorreram no meio do ano nos mostram isso, as redes sociais como ponto de reunião para convocar as manifestações, entretanto a internet coloca as pessoas em um mundo idealizado, um mundo que não as pertencem, onde aparentemente não há classes sociais, diferentemente do mundo real todos tem voz, assim é a vida dentro na internet. Como sempre digo, manifestações devem ser materialização dos debates oriundos das análises do mundo real, e não de um mundo artificial e idealizado que são as redes sociais.
Portanto, as manifestações do meio do ano, não foram o que pareceram ser, elas se mostraram vazias, uma manifestação construída sem debate, onde a maioria dos participantes são jovens e que aparentemente compartilham ideias, mesmo sem saber, fascista no facebook, isso explica o aparente amor ao verde e amarelo e a total aversão aos partidos políticos.
Partindo disto, a aparência nos mostra que o gigante acordou, mas de fato ele é apenas um sonâmbulo que levantou sim, mas continua no mundo dos sonhos.
A internet está longe de ser um meio de comunicação democrático, se as empresas que as controlam e as vigiam são as mesmas que oprime e a cada dia fortalece a desigualdade, sendo um forte aparelho de isolamento do choque das contradições e contribui para o sono profundo do nosso gigante inocente e bobão que passa o dia nas redes sociais.
Deixo aqui um trecho de uma entrevista da professora de filosofia da USP, Marilena Chauí, sobre a Internet:
“(...) É um mundo sem mediação. Como você opera sem nenhuma referência, sem mediação você opera nesse universo mágico que é próprio da sociedade de consumo, onde a mídia opera. Ora, qual é o risco de fazer uma coisa destas? O universo do desejo é o universo da violência, ele é fascista. Então há um risco de fascistização produzido pelo instrumento, porque ele faz operar como um pensamento mágico, 'eu quero', 'acontece'... Não tenho nenhuma visão libertária desse universo.” (Revista Caros Amigos - Ano XVII n°197 Agosto 2013, pg. 13)
Emissoras de rádio, TV, jornais impressos, revistas, sites de notícias, entre outros veículos de informação, tem um papel de grande importância para formação das ideias de todos os seus expectadores. Quanto a isso, devemos nos perguntar qual tem sido o papel da mídia em nosso dia a dia e se existe de fato uma, que seja mínima essa chance, de uma democracia no acesso e na circulação das informações para a população brasileira.
Nos últimos dias, vi pelo noticiário um grande protesto que foi motivado pelo “disparo acidental” de um policial militar que atingiu e matou um garoto, me lembrei na hora da campanha nacional contra a violência e extermínio de jovens, que na época que foi lançada analisamos o assunto trazendo para nossa realidade, onde e como acontece o extermínio (do ponto de vista físico), e a conclusão foi a seguinte: acontece nas ruas dos bairros pobres através da violência policial. Sabemos que “disparos acidentais” de militares é um problema profundo e enraizado na história brasileira.
Às vezes ficamos fragilizados, e nos estressamos por coisas mínimas ou, por tantas vezes tentamos ser fortes e seguramos o choro, respiramos fundo, contudo, as chateações vão aglomerando-se até que de repente: estouramos... e nos vemos chorando ou chateados do nada porque estamos cansados com tamanha proporção de informações que invadem nossa cabeça de uma vez... preocupações, cobranças (muitas vezes de nós próprios), medos, dúvidas, e não sabemos o que fazer.
Vivemos famintos por
justiça imediatista. Os meios de comunicação de massa mostram a impunidade das
ruas do nosso país, todos clamam por uma policia bem equipada com sede de
sangue. No cinema, o nosso herói, o Capitão Nascimento, nos enche de orgulho
aplicando a justiça.
Em doze de outubro se comemora o dia das crianças e o dia de
Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, dois fatos celebrados em todas
as famílias brasileiras, quer seja pelo dia dos pequenos, ou então por católicos
que tem a Negra Mariama como exemplo de serventia à Deus. O fato é que esses
dois acontecimentos são celebrados dentro de nossa sociedade, no entanto, temos
nós movimentos sociais e pastorais de cunho social e motivos para celebrar essas
datas? Sim, claro devemos nos lembrar de todas as criancinhas de nossas famílias
e da importância de Maria, porém com o extermínio de nossa de juventude e com a
grande movimentação para que o encarceramento da juventude comece ainda mais
cedo e de forma mais repressora, devemos nos atentar também.
A manifestação de uma juventude, que se faz presente nas ações de uma Igreja Jovem, foram representadas pela Diocese de Guarulhos nesse XXIII Fest Jovem. Foi um momento único onde os jovens, se expressaram a partir da arte, qual é o seu papel como ser igreja e vivenciar a utopia do evangelho a partir desse grito de incômodo.
O intuito deste encontro não foi a costumeira formação argumentativa que caracteriza os encontros da Pastoral da Juventude, houve sim opiniões ditas no encontro, mas como disse o intuito não era esse, o planejado era o "Celebrar".
Iniciamos discutindo o tema "vida em primeiro lugar", quando colocamos a vida em primeiro lugar? O que fazemos quando não a colocamos em primeiro lugar?
Para a parte 5 da série, colocarei aqui alguns versos de uma música da Pastoral da Juventude (Sto Antonio Pimentas) feita para o Fest Jovem de 2011. Apreciem!
Primeiro encontro com o subsídio do Fest Jovem 2013 (Capela São Pedro).
Com os afazeres da Semana Missionária e com a Jornada Mundial da Juventude, não tivemos encontros.
Porém mesmo após sábados sem encontro, o encontro nos surpreendeu pela quantidade de pessoas. No início tivemos um momento místico: Com as luzes da igreja apagadas e velas acesas refletimos a nossa vida na pastoral da juventude, como entramos e como estamos, refletimos também tentando buscar na memória a nossa lembrança mais antiga dentro da igreja, e deveríamos descrever tudo que vivemos na igreja e na pj em uma só palavra, e assim, um por um, descreveu. Sucedeu palavras como: Fé, Evolução, Amor, Deus e etc.
Agora com luzes acesas, começamos o encontro. Todos nos apresentamos porque havia caras novas no encontro, foi um momento descontraído.
Para discutir tivemos o tema do fest jovem deste ano: "Somos igreja jovem: Viemos pra incomodar" e a fala do antigo Papa João Paulo II "A igreja só será jovem, quando o jovem for igreja". Tivemos a dinâmica da "postagem" tínhamos de escrever em uma tira da papel como a presença da juventude na igreja pode ser vista.
Todos escreveram e colocamos no nosso meio, depois o coordenador pegou todas e as devolveu aleatoriamente para que nós lêssemos e a que mais me chamou atenção foi a frase de alguma pessoa (que eu não sei quem era) que dizia: Jovens, sejam revolucionários - Papa Francisco.
E vimos que para trabalhar para igreja, é preciso acima de tudo humildade e como a nossa energia de juventude pode ampliar os horizontes da igreja católica.
Ouvimos a música "O mesmo rosto - Jorge Trevisol" e relembramos um trecho do filme: "Anel de Tucum" para lembrar e não esquecer o propósito do uso do anel, não é só um anel bonito.
Também tivemos uma dinâmica onde devíamos encher as bexigas e escrever nelas a pastoral que ache mais importante na igreja, já escrito, fomos ao fundo da igreja e lá devíamos todos jogar as bexigas pro alto e não as deixar cair, porém a coordenação retirava um a um e ficou difícil e pouco a pouco todas chegaram ao chão. O propósito era dizer que temos que trabalhar juntos, a cada pessoa que se retira da pastoral ou da igreja, fica difícil manter o foco para o que realmente importa.
Nossa oração final foi diferente, todas aquelas palavras ditas no início do encontro deveriam ser usadas por dois grupos para criar uma oração final, não faltou criatividade.
Concluímos que a amplitude de acolhimento só será atingida com a colaboração e o elo entre as pessoas e as pastorais, trabalhar com humildade para assim alcançar os nossos objetivos. E pra encerrar retomo a frase do nosso Papa Franciso: "Jovens, sejam revolucionários".
A Audiência iniciou com uma breve fala do Sr Divino, que é psicoterapeuta no Projeto Vida. O Projeto Vida possui quatro unidades, sendo elas: Bom Clima, Itaquaquecetuba, Água Azul e um auxílio do Cursinho Pimentas. Divino mencionou que mais de 8 mil pessoas procuram o projeto vida, mas que não é possível atender toda esta demanda sem que o poder público ajude. Às vezes eles precisam apenas de cestas básicas para suprir as necessidades básicas das pessoas em tratamento. Suprir essas necessidades é o primeiro passo, por isso ter alimentação, espaço e apoio do poder público seria ótimo para o projeto. Conta também que 3 de 5 pessoas se recuperam em seu projeto, mas o problema maior é buscar o tratamento que conta com vários ‘setores’ que necessitam de ajuda, como o psicológico, o espiritual e o físico.
No último encontro (que tinha como tema Mística e Militância) discutimos muito sobre as manifestações, apesar de não aprofundarmos tanto, falamos sobre a influência da mídia nos acontecimentos e etc.
Baseado nisso, na dinâmica tínhamos jornais com reportagens e devíamos ler e dizer se é prioridade ou não, colocamos na folha vermelha as prioridades e na verde as não.
Rendeu muitas discussões sobre manifestações, índios, homossexualismo e outros assuntos polêmicos.
Baseado na bíblia (Marcos, 9, 33-35; se não me engano) ressaltando o assunto atual, que é a vivência em sociedade e como é importante as não distinções.
Voltando às manifestações falamos em como é importante saber o que reivindicar, é preciso uma prioridade coletiva, um foco principal e quando conseguido se reunir para procurar outra exigência urgente, deve existir também uma liderança, aquele que fale por todos.
Falamos da militância e fizemos uma dinâmica muito mística, que era a produção de um carta para si mesmo, dizendo as coisas que planeja e as expectativas para o futuro, colocamos todas em um pote e fechamos e marcamos uma data para abri-las e ver se concluímos o que escrevemos.
E assim tiro esta conclusão: Vamos conciliar tudo, vamos saber o que pedir, vamos ser claros e concretos em todas situações e assim teremos a vida que queremos em prol de todos.